quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Neoplasias Nomenclatura
Neoplasia significa um novo tipo de célula genética e morfologicamente modificada, estas células se proliferam descontroladamente em um tecido do corpo formando uma massa de tecido bastante agressivo também conhecido como tumor ou câncer. O termo tumor não é bem aplicado as neoplasias já que também é um termo utilizado para definir um dos cinco sinais cardinais de um processo inflamatório agudo (edema), já o termo câncer foi introduzido pela aparência que um cancro maligno tem com um caranguejo se agarrando nos tecidos vizinhos. As neoplasias podem ser benignas ou malignas: Assim como um tecido normal do corpo um "tumor" maligno ou benigno precisa de um estroma formado por vasos sanguíneos e tecido conjuntivo que dão nutrição, aporte e sustentação a ele e também é constituído de um parenquima, tecido formado por células que exercem a função de um dado órgão, ao contrario do tecido normal uma massa de células neoplasicas se prolifera de forma desordenada invadindo outros tecidos vizinhos e cavidades corpóreas trazendo grandes malefícios ao portador.
Geralmente para nomear um "tumor" benigno é introduzido o sufixo "oma" em sua célula de origem (células de seu parenquima) como por exemplo um mioma que é um tumor benigno de um tecido muscular. Porém esta regra segue-se melhor aplicada aos "tumores" de tecido mesenquimal, pois aos tumores de tecido epitelial sua nomenclatura é mais complexa sendo que em alguns deles é utilizadas as suas células de origem para nomea-los assim como os te tecido mesenquimal, más em outros casos usasse sua aparência microscópica etc. Existem também tumores epiteliais benignos chamados de papilomas sendo estes assim nomeados quando promovem projeções.
Para nomear os "tumores" malignos também segue-se esta mesma regra ressaltando uma diferença: Quando ocorrem em tecido mesenquimal é adicionado o prefixo "sarc" ou seja "tumores" carnosos são chamados de sarcomas, já "tumores" malignos de tecidos epiteliais recebem o prefixo carc, ou seja são carcinomas sendo que o ultimo ainda pode receber outro termo: "Adeno" quando ocorrem em glândulas sendo assim Adenocarcinomas. Tumores benignos de células glandulares também recebem o termo "Adeno" sendo estes neoplasmas os adenomas. Existem algumas exceções na nomenclatura das neoplasias como é o caso dos linfomas que são assim chamados no entanto são malignos e a leucemia que não recebe nenhum dos prefixos e sufixos citados e também é um tipo de neoplasia maligna.
By Thiago Ribeiro
1° e 2° intenção
Cicatrização por 1° intenção
Este tipo de reparo se desenvolve em feridas incisas limpas e não infectadas em que suas margens estão paralelamente unidas face a face. Este tipo de cicatrização é considerado ideal por haver pouco numero de células mortas tanto epiteliais como do tecido conjuntivo além do dano a membrana basal não ser muito extenso. O espaço estreito entre as margens da ferida se preenche rapidamente com coágulos de sangue rico em fibrina que desidrata formando uma crosta conhecida como "casquinha" que recobre a ferida. O tecido de granulação é pouco visualizado neste tipo de reparo pela própria proximidade das bordas da lesão que impedem a visualização do novo tecido.
Cicatrização por 2° intenção
Ocorre quando a uma extensa perda tecidual e o parênquima não consegue restaurar sua arquitetura original do tecido necrosado. As bordas desse tipo de ferimento começa a ficar rica em tecido de granulação que vão crescendo até se unirem fechando a ferida. Esse tipo de reparo também é caracterizado pela contração da ferida que diminui seu tamanho ajudando a unir as margens ricas em tecido de granulação.
Principais Diferenças entre 1° e 2° intenção
- A quantidade de tecido necrosado na cicatrização de segunda intenção é maior gerando mais exudato e uma ação inflamatória mais intensa.
- Na cicatrização de segunda intenção à mais tecido de granulação formado.
- A contração da ferida na cicatrização de segunda intenção não é observada na cicatrização de primeira intenção.
- A cicatriz resultante na primeira intenção é menor do que a resultante na segunda intenção pela perda tecidual ser bem menor.
BY Thiago Ribeiro
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Regeneração x Fibrose
Devido principalmente ao processo inflamatório, o organismo humano é capaz de reparar um tecido que tenha sido necrosado seja por trauma, infecção incisão cirúrgica etc. através de regeneração ou também por fibrose. Nestes dois tipos de reparo, o tecido necrosado de um órgão, e totalmente regenerado recosntituido ou substituído por um novo tipo te tecido (fibroso) sendo estas, a fase final de um processo inflamatório.
Regeneração
A regeneração é a reconstituição integral anatômica e funcional de um tecido lesionado ou seja a recuperação total do parenquima de um órgão sem que resulte em nenhuma seqüela neste tecido, ela ocorre devido a vários fatores como: a capacidade das células sadias adjacentes ao tecido necrosado de fazer mitose com facilidade, bem como a eficiência da funcionalidade do sistema de defesa do organismo afetado por uma lesão ou seja, o desenvolvimento de um processo inflamatório adequado e a extensão do tecido necrosado que tem influencia no tipo de reparo a ser desenvolvido. Outro fator importante para o desenvolvimento de uma boa regeneração pós lesão diz respeito a integridade da membrana basal dos tecidos, pois é a membrana basal que conduz as células mitóticas a reconstituir o tecido lesado onde caso haja um dano extenso à sua membrana basal, torna-se impossível que o organismo desenvolva em um tecido lesionado sua reintegração anatômica e funcional onde a partir daí se desenvolve outro tipo de reparo discutido a seguir.
Fibrose
Quando a recuperação integral da funcionalidade de um tecido não é possível, o organismo trata de desenvolver a fibrose, que é a substituição do parenquima necrosado por grande concentrado de fibras de colágeno o que da a esse tecido uma função mais de estroma do que sua função original que é totalmente perdida. A fibrose também pode ser chamada de cicatriz sendo que usualmente o termo cicatriz e utilizado nas fibroses de superfície de revestimento como as fibroses na pele. Exemplos de fibrose ocorrem em lesões crônicas como as de infecções por micobacterias leprae e por micobacterias tuberculosis sendo a ultima associada também a calcificações que formão estruturas como nódulo de gohn que se forma nos pulmões de pessoas infectadas por esse microorganismo. Outro exemplo de fibrose ocorre no miocárdio após um infarto quando as células contrateis do coração necrosadas e incapases de se reconstituir são substituídas gradativamente através de processo inflamatório por tecido fibroso formando uma cicatriz no músculo cardíaco.
By Thiago Ribeiro
Referencias
Reis Marlene Antônia, Teixeira Vicente de Paula A., Processos Patológicos Gerais: a regeneração e a reparação, UFTM, Minas gerais, 2001.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Diamundialdaar
Gostaria de recomendar a visita ao blog http://www.diamundialdaar.com.br/. AR e um assunto muito importante e por em pauta o tema, alem de difundi-lo entre as universidades e a sociedade é essencial para melhorar o tratamento e buscar novas descobertas que levem qualidade de vida a milhares de pessoas que sofrem com o problema.
by Thiago Ribeiro
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Artrite Reumatóide (AR)
HTLV-1: Surge um possível Patógeno?
Vários autores descrevem a AR como uma doença auto-imune possivelmente causada por infecção de um patógeno ainda desconhecido. Más estudos recentes começam a associar a inflamação crônica das articulações ao retrovírus humano HTLV-1 (vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I).
O HTLV-1 está associado a um raro tipo de câncer das células T CD4+ (leucemia ATLL), à mielopatias e à paraparesia espástica tropical. Ultimamente o retrovírus também vem sendo associado a obtenção de auto-imunidade.
Alguns estudos realizados verificaram a freqüência de doenças reumáticas auto-imunes em pessoas infectadas pelo HTLV-1. Nishioka et al, em 1991 e Motokawa et al, em 1996 foram os primeiros a associar a AR ao retrovírus, e segundo estudo realizado no Ambulatório Multidisciplinar do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), 13,1% dos pacientes infectados por HTLV-1 desenvolveram a doença (AR), sendo que na grande maioria das pessoas com AR, também havia o desenvolvimento de mielopatias (Martinelli et al 2006). Esse estudo além da AR, constatou também a presença do HTLV-1 em outras doenças como síndrome de Sjögren (SS) provável (17,5%), constatando que a infecção pelo retrovírus parece ter uma alta capacidade de desenvolver artropátias nos seus portadores.
by Thiago Ribeiro.
Referencias
Martinelli mônica N. de Carvalho. et al. Freqüência de Doenças Reumáticas em Indivíduos infectados pelo HTLV-1. Vol. 46 da Revista Brasileira de Reumatologia. São paulo. 2006.
Robbins Stanley L., Cotran Ramzi S., Patologia: Bases Patológicas das Doenças, tradução da 7° edição, Rio de Janeiro, Elsevier, 2005.
Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)
Leishmaniose
É uma doença infecciosa porém não é contagiosa, sua transmissão ocorre por via vetorial onde durante o repasse sanguíneo do flebótomo (inseto vetor da doença) é transmitida ao hospedeiro o protozoário causador da doença. Primariamente a Leishmaniose apresenta-se como uma zoonose e tem como reservatórios equínos, roedores silvestres e raposas, além de cães e gatos. Ela é endene em todo o Oriente Médio, sul da Ásia, África e America Latina, e historicamente já causou grandes epidemias no Sudão, Índia, Bangladesh e no Brasil afetando milhares de pessoas com um numero elevado de mortes. A infecção pelo parasito, causa inflamação crônica da pele, mucosas e vísceras.
LTA
A LTA é a forma tegumentar da leishmaniose (leishmaniose tegumentar americana) que produz ulcerações na pele que podem evoluir atingindo principalmente a mucosa nasal, faringe e cavidade bucal. A LTA tem duas formas básicas de apresentação (1) leishmaniose cutânea (LC) que se apresenta com lesões na superfície da pele primarias clinicamente e (2) leishmaniose mucosa (LM) com lesões na mucosa das vias respiratórias superiores que surge secundaria a primeira (ou primaria em casos subclínicos de LC).
Etiologia
A LTA é causada por um protozoário parasita intracelular dos fagócitos mononucleares, que pertence a familia dos Trypanosomatidae (leishmania). No Brasil a varias cepas diferentes descobertas de leishmania os quais os principais são leishmania (viana) guyanensis, leishmania (viana) brasiliensis e leishmania (leishmania) amazonensis.
Ciclo de transmissão e Patogenia
Como foi dito a infecção por leishmanias se dá através de transmissão vetorial onde durante a picada do inseto, além do parasita, o mosquito também deixa na pele um pouco de sua saliva que auxilia na infecção. O ciclo do protozoário envolve duas formas: uma promastigota que vive no meio extracelular ou seja dentro do tubo digestivo do vetor e outra amastigota que se multiplica dentro das células mononucleares hospedeiras. As leishmanias amastigotas são transmitidas para o flebótomo quando ele pica um hospedeiro infectado, e ingere os macrófagos contendo os protozoários que logo se transformam na forma promastigota não infectante (procíclicas) que se fixam no tubo digestivo do vetor e começam a se reproduzir. Posteriormente as formas procíclicas passam por um processo denominado metaciclogênese onde elas deixam de se reproduzir e assumem a forma infectante (metacíclicas). Devido a mudanças na sua superfície, as formas metacíclicas da leishmania perdem a capacidade de aderir ao tubo digestivo do inseto e migram para a faringe do mesmo sendo repassadas ao próximo hospedeiro (que pode ser o homem) durante o repasto sanguíneo.
Esses parasitas desenvolvem mecanismos que manipulam o sistema de defesa do organismo hospedeiro. Quando ocorre a infecção no homem as leishmanias encontram claro uma grande barreira protetora da pele, constituída de macrófagos, linfócitos B e T, células de Langerhans e mastócitos, más a forma promastigota metacíclica produz em abundância (durante o processo de metaciclogênese) dois glicoconjugados de superfície que atuam na resistência do microorganismo a resposta imune do hospedeiro. Um destes conjugados o lipofosfoglicano possui um glicocálice que ativa o complemento más impede a formação do complexo de ataque a membrana na superfície do antígeno. É depositado grande quantidade de C3b na superfície do parasito e ele interage com a MAC-1 e CR1 (receptores) dos macrófagos objetivando propositalmente sua fagocitose. O lipofosfoglicano também protegem os parasitos já dentro dos fagolisossomas inibindo as enzimas lissossomais. O segundo glicoconjugado é a glicoproteina gp63 que também auxilia na ligação do parasito com os receptores dos macrófagos. A acidez dentro dos fagolisossomas faz com que as promastigotas, se transformem em amastigotas que resistem á acidez devido a ATP-ases mantendo seu PH sempre mais baixo que a do ambiente intracelular. As amastigotas se reproduzem dentro dos fagolisossomas dos macrófagos hospedeiros e posteriormente os destroem migrando e infectando outras células propagando a doença.
(...)
Período pré-patogênico (agente suscetível e meio)
A LTA é uma doença de origem silvestre, seu perfil epidemiológico abrange as áreas próximas a florestas e/ou matas, o flebótomo transmissor da doença tem filia por matérias orgânicas e sombra úmida, e são nesses locais que os vetores procuram fazer sua ovoposição, porém esse perfil vem historicamente sendo alterado criando um perfil urbano de transmissão da doença devido principalmente ao avanço da fronteiras agrícolas, extrativismo e ao avanço dos domicílios sobre as matas, o que gera desequilíbrio no ciclo de vida destes insetos o que os fazem procurar novas fontes de alimentação adaptando-se nas zonas rurais, periurbanas, peridomiciliares e até mesmo intradomiciliares de áreas já bastante urbanizadas. As áreas próximas a matas ainda constituem os locais mais propícios para a infecção pela doença e as pessoas que nessa área residem tem risco aumentado de contrair a doença pois, os vetores tem o hábito de fazer o repasto sanguíneo pela manhã (quando as pessoas estão saindo pra trabalhar) e á noite (durante seu retorno) aumentando o risco. pessoas que desenvolvem atividades ocupacionais em áreas de vegetação ou ate mesmo próximo a elas também consiste num agente suscetível a contrair a doença.
By Thiago Ribeiro
Referencias
Robbins Stanley L., Cotran Ramzi S., Patologia: Bases patológicas das doenças, tradução da 7° edição, rio de janeiro, Elsevier, 2005
Parslow Tristram G. et al, tradução: Voeux Patricia L., Imunologia médica, 10° edição, Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 2004.
Gontijo Bernardo, Carvalho Maria de L. R. Leishmaniose Tegumentar Americana, Vol.36 da Revista da sociedade Brasileira de Medicina tropical, Minas Gerais, 2003.
Guia De vigilância epidemiológica/Ministério da saúde, Secretaria de vigilância em saúde, 6° edição, Brasilia, Editora do Ministério da saúde, 2005.
Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana/Ministério da saúde, secretaria de vigilância em saúde, 2° edição, Brasilia, Editora do ministério da saúde, 2007.
Seria um Granuloma?
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Artrite Reumatóide (AR)
A Artrite Reumatóide (AR) é uma inflamação sistêmica crônica que atinge principalmente as articulações más, pode levar a quadros de complicações extra-articulares atingindo a pele (levando a sua atrofia), os músculos (causando também problemas cardíacos), os vasos sanguíneos (causando vasculite), os pulmões (com quadros de pneumonite), além de atingir tecido seroso e causar esplenomegalia e leucopenia.
A AR surge principalmente nas articulações distais (pés e mãos) más as lesões progridem atingindo as grandes articulações levando a deformidades e perda da função. É uma doença que atinge principalmente as mulheres (dados mostram que a AR atinge 1 homem a cada 3 mulheres) e é mais comum entre os 40 e 70 anos de idade.
Etiologia e Fisiopatogenia
A causa da AR é desconhecida, más acredita-se que ela é uma doença auto-imune desencadeada por um patógeno artritogênico ainda desconhecido durante infecções em pessoas genéticamente pré-dispostas (em algumas populações estudadas a herança de alguns alelos que compartilham uma cadeia de aminoácidos comuns, aumentam o risco de AR por eles poderem influenciar a interação com receptores de células T).
A AR é um tipo de hipersensibilidade (tipo IV mediada por células T) no qual o antígeno da resposta imune é o próprio tecido do corpo (no caso em questão o tecido sinovial), o que causa acumulo de células inflamatórias e posterior destruição do mesmo.
Aparentemente a infecção (em indivíduos genéticamente suceptíveis) por patógenos artritogênicos, ativa e induz as células T CD4+ a produzirem citocínas constituindo este o eixo inicial do processo inflamatório porém a propagação da AR se dá não pela ação dos linfócitos T mas sim pela posterior ativação de outros fatores decorrente da liberação de suas citocínas como a ativação das células B e dos macrófagos.
O papel das células B é bastante discutido no entanto evidencia-se que elas atuam na formação de fatores reumatóides (auto-anticorpos) que formam imunoclomplexos (principalmente com IgG) podendo fixar assim complemento na superfície sinovial o que ajuda na destruição articular.
Os macrófagos também tem seu papel importante na progressão das lesões da AR, pois eles liberam citocínas (FTN e IL1 entre outras) que induzem as células sinoviais (além de condrócitos e fibroblastos) a liberarem metaloproteinases (colagenase, elastase etc) que mediam a destruição das cartilagens ligamentos e tendões, sendo os macrófagos os grandes vilões na propagação clinica da AR.
Como fora discutido é grande a quantidade de infiltrado de células inflamatórias mononucleares no tecido sinovial atingido pela doença, porém também são encontrados leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) porém estes não são encontrados no infiltrado tecidual, más e grande sua presença no liquido sinovial. Os neutrófilos também desempenham papel no processo inflamatório liberando prostaglandinas, enzimas proteolíticas e espécies reativas de oxigênio.
Morfologia e Evolução do quadro
A articulação torna-se edemaciada e hiperplásica, o estroma sinovial torna-se rico em infiltrados de células T, B, plasmócitos e macrófagos; Aumenta a vascularidade devido a angiogênese (comumente encontrada em casos de inflamação crônica) e aumenta a agregação de fibrina; O liquido sinovial fica rico em neutrófilos bem como a superfície do estroma (más não dentro do tecido); Nos tecidos ósseos subjacentes as articulações, é comum a formação de erosões, cistos subcondrais e osteoporose (devido a liberação de RANKL pelas células T o que aumenta à atividade osteoclástica). No tecido sinovial surge uma estrutura chamada de pannus (massa de células sinoviais e estroma, composta de tecido de granulação, células inflamatórias e fibroblastos) que cresce dentro da articulação destruindo a cartilagem e posteriormente unindo os ossos opostos onde eventualmente este pannus ossifica-se criando uma anquilose óssea e a perda da função articular.
By Thiago Ribeiro
Referencias
Robbins Stanley L.; Cotran Ramzi S.; Patologia: bases patológicas das doenças; tradução da 7° edição; Rio de Janeiro; Elsevier; 2005
Parslow Tristram G. et al, tradução Voeux patricia L. IMUNOLOGIA MÉDICA, 10° edição, Rio de Janeiro, Guanabara,2004.
Souza Ricardo A. S. et al, Observação de anemia hemolítica auto-imune em artrite reumatóide, Vol. 25 da Revista Brasileira de hematologia e hemoterapia, São Paulo, 2003.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
INFLAMAÇÃO (óxido nítrico NO)
O NO é uma gás produzido nas células endoteliais que induz ao relaxamento da musculatura lisa dos vasos, promovendo assim a vaso dilatação. Ele é um mediador da inflamação e além de ser produzido nas células endoteliais também é produzido em alguns neurônios e também pelos macrófagos. O NO é sintetizado pela enzima óxido nítrico sintáse (NOS) a partir do aminoácido L-arginina. Existem 3 (três) tipos de NOS: (1) endotelial (eNOS), (2) neural (nNOS) e (3) induzivel (iNOS), essas enzimas são ativadas de duas maneiras; eNOS e nNOS, se apresentam em baixos níveis e são ativadas pelo aumento do influxo de cálcio o que aumenta rapidamente a produção de NO, já a enzima iNOS é ativada pelos macrófagos induzidas por citocínas ex. TNF.
Como foi dito o NO tem ações pró-inflamatórias como a vasodilatação no entanto ele também promove ações anti-inflamatórias funcionando assim como um regulador da inflamação. A presença de NO inibe algumas das etapas dá inflamação induzida por mastócitos e também reduz o recrutamento leucocitário. O NO tem ação anti-microbiana (microbicída) sendo também um mediador na defesa do hospedeiro contra infecções. Existe diminuição da síntese de NO na Aterosclerose, diabetes e hipertensão.
By Thiago Ribeiro
Referencias
Robbins Stanley L., Cotran Ramzi S., Patologia: Bases patológicas das Doenças, Tradução da 7° Edição, Rio de Janeiro, Elsevier, 2005.
INFLAMAÇÃO (sinais Cardinais)
Os Sinais cardinais da inflamação
Na resposta inflamatória aguda podemos encontrar alguns sinais que identificam a presença de tal processo, esses sinais são: Dor, Rubor, Calor e tumor. Cada um desses eventos serão descritos a seguir:
Dor
A dor é uma das manifestações da inflamação, ela é produzida basicamente por dois eventos: (1) pela compressão das terminações nervosas devido a formação do edema (outro sinal cardinal da inflamação) ou (2) pela liberação de substancias mediadoras da dor no local atingido pelo processo inflamatório. A dor provocada pela compressão das terminações nervosas é pouco observada em tecidos moles devido estes tecidos terem a capacidade de se expandir sem que as terminações locais sejam muito afetadas, porém a inflamação em tecidos duros como por exemplo inflamações dentárias, esse processo causa dor intensa devido o tecido edemaciado de uma polpa dentária inflamada não conseguir se expandir por causa da rigidez do tecido que forma o dente, comprimindo bastante as terminações gerando fortes estímulos de dor. Por outro lado podemos observar na maioria dos processos inflamatórios, a liberação de mediadores da dor nos locais inflamados, como o maior agente causador dos estímulos dolorosos. A bradicinina é um mediador da dor liberado pela cascata das cininas, também age como vaso ativo causando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular.
No processo inflamatório é ativado o fator XII (fator de hageman) esse fator em contato com elementos da MEC como colágeno, ou com as membranas basais (superfícies negativas) libera um fragmento chamado ativador da pré-calecreína ou fator XIIa, esse fragmento converte a pré-calecreína (proteína plasmática) em sua forma proteolítica, a calecreína (enzima) que por sua vez degrada outra proteína plasmática o cininogênio para formar bradicinina.
Rubor
O rubor da inflamação ( ou vermelhidão) é provocado pela maior concentração sanguínea no local inflamado, o aumento da concentração de sangue e provocado pela vaso dilatação e abertura de todos os capilares locais, isto ocorre principalmente pela liberação de histamina e aumento na produção de óxido nítrico entre outros mediadores, durante o processo inflamatório. Estes mediadores são liberados causando relaxamento da musculatura dos vasos fazendo com que diminua a velocidade do fluxo sanguíneo deixando o sangue mais viscoso (o que é chamado de estáse) o que deixa o local bem avermelhado.
Calor
É comum durante um processo inflamatório a aumento da temperatura local, assim como na formação da vermelhidão da inflamação, a vaso dilatação também colabora com o aumento da temperatura, pois o aumento da concentração sanguínea no local inflamado eleva um pouco colaborando com o aquecimento do tecido inflamado. Por outro lado pode-se citar que o metabolismo celular gera um gradiente de temperatura que mantém os níveis corporais estáveis, e que durante o processo inflamatório esse metabolismo celular é bastante aumentado gerando um gradiente de temperatura ainda mais elevado no local do processo, sendo este o principal mecanismo que gera o calor da inflamação.
Tumor
O tumor (ou edema) é formado por um processo complexo que é o aumento da permeabilidade vascular durante a inflamação. O endotélio (camada de células que reveste o interior dos vasos) durante a inflamação sofre varias modificações que resultam no aumento da sua permeabilidade fazendo com que saia liquido de dentro da corrente sanguínea para dentro do tecido carregando vários componentes sanguíneos como leucócitos (uma das finalidades da formação do edema) e proteínas plasmáticas.
São vários os fatores que promovem o aumento da permeabilidade vascular, lesão endotelial direta, trancitose aumentada, formação de fendas no endotélio etc. são exemplos de fatores que podem aumentar a permeabilidade de um vaso. Durante a inflamação também é comum a alternação de algumas pressões como a pressão hidrostática que é aumentada pela presença de maior concentração sanguínea dentro do vaso fazendo com que a elevação dessa pressão promova a saida do liquido sanguíneo para o tecido, ou as pressões oncóticas, que diminuem (pressão oncótica vascular, diminui pelo empobrecimento da concentração de proteínas plasmáticas causada pela saida delas do plasma para os tecidos) e aumentam (pressão oncótica tecidual, que aumenta pela maior concentração de proteínas nos tecidos, o mesmo motivo que a oncótica vascular diminui). A soma do aumento da permeabilidade com a alternação das pressões resulta na formação do edema um dos quatro sinais cardinais da inflamação.
O conjunto desses quatro sinais fazem surgir um quinto sinal que é a perda da função introduzido por Virchow em 1793, como um sinal cardinal da inflamação.
By Thiago Ribeiro
domingo, 13 de setembro de 2009
Padrões de Necrose (necrose de coagulação)
O papel da via glicolitica
Necrose de coagulação
Este é um tipo de degeneração em que a estrutura celular se mantém relativamente preservada, onde em um corte histológico pode-se observar a ausência do núcleo celular porém, o contorno da célula se mantém arquitetado durante alguns dias até o tecido se torne rico em células inflamatórias e posteriormente seja substituído por tecido fibroso. Esse tipo de necrose ocorre por exemplo com as células musculares do coração no miocárdio quando os miócitos sofrem lesões e morrem por hipóxia.
Hipóxia e via glicolitica na necrose de coagulação
A ausência de oxigênio no meio intracelular (hipóxia) diminui a fosforilação oxidativa das mitocôndrias (uma das vias de produção de ATP pela célula) o que acarreta na diminuição do ATP. Sem ATP ocorrem vários eventos que fazem com que a célula perda sua homeostase. Tais eventos incluem: modificação do citoesqueleto, disfunção da bomba de cálcio (que acarreta na perda de potássio e influxo de água e cálcio na célula), aumento da glicólise e o desprendimento ribossomial (diminuindo a síntese protéica). Estes eventos são fatores importantes para lesões celulares, caso persista a falta de oxigênio na célula as lesões tornam-se irreversíveis desencadeando a morte celular e a necrose do tecido.
A via glicolitica ou glicólise é uma serie de eventos enzimáticos em que a glicose é quebrada formando ATP, piruvato e um composto reduzido de NAD+ (NADH). Como foi dito a falta de ATP na célula desencadeia a aumento da glicólise, com este aumento, ocorre uma queda na concentração de glicogênio intracelular e também ocorre a queda do PH celular que acarreta na condensação da cromatina nuclear. A queda do PH ocorre pelo seguinte mecanismo: o NADH produzido na via glicolitica é um composto reduzido de NAD+ e este é essencial para a célula, más não é abundante e em condições normais os elétrons presentes no NADH precisão ser carregados para que o NAD+ seja regenerado e quem faz esse papel é o oxigênio ele que carrega os elétrons presentes no NADH restaurando o NAD+ essencial para a vida celular. Em condições anaeróbias onde não há oxigênio o NADH interage com o piruvato outro produto da via glicolitica para formar NAD+ porem essa interação também resulta na formação de ácido láctico e assim a elevação da acidez promove a diminuição do PH celular.
O cálcio liberado no citosol durante um quadro de hipóxia ativa varias enzimas que começam a digerir as proteínas celulares iniciando a destruição da célula porém, o mecanismo anaeróbio da via glicolitica entra em questão sendo um fator importante para formação da necrose de coagulação pois a acidez promovida por esse mecanismo desnatura as enzimas que estão digerindo os componentes celulares o que faz com que a estrutura celular seja preservada mesmo depois de a célula já estar morta.
Outro fato importante no que diz respeito a necrose de coagulação é que geralmente ocorre em tecidos ricos em glicogênio como é o caso dos tecidos musculares estriados e no fígado, lesões por hipóxia também causam esse tipo de degeneração no fígado já que que é um tecido rico em glicogênio. Basta entender que para que seja gerado quantidade de ácido láctico suficiente para desnaturar as enzimas ativas pelo processo de morte celular, enzimas estas que irão destruir tal célula, é necessário uma boa quantidade de glicose para a via glicolitica e só um tecido com grande quantidade de glicogênio armazenado (fígado e músculos estriados) é que possibilita que tal tipo de degeneração seja desenvolvido pós morte celular.
By Thiago Ribeiro
Referencias
Robbins Stanley L.; Cotran Ramzi S.; Patologia: bases patológicas das doenças; tradução da 7° edição; Rio de Janeiro; Elsevier; 2005
Robbins Stanley L.; Cotran Ramzi S.; Patologia: bases patológicas das doenças; tradução da 7° edição; Rio de Janeiro; Elsevier; 2005
sábado, 12 de setembro de 2009
Padrões de Necrose (necrose gordurosa)
pancreatite gordurosa causada por litíase biliar
O pâncreas (anatomia)
O pâncreas é um órgão que se localiza na região abdominal e exerce funções tanto no sistema digestivo (exócrino) tendo como sua unidade funcional o ácino que produz enzimas com alto poder de digerir alimentos, como no sistema endócrino produzindo nas ilhotas de langerhans, insulina, hormônio que conduz a glicose da corrente sanguínea para dentro das células (A deficiência de insulina no corpo resulta em hiperglicemia, é o que ocorre na diabetes mellitus). as enzimas produzidas pelo pâncreas ficam armazenadas na forma inativa para que não agridam o tecido pancreático.
Sistema de ductos
As enzimas pancreáticas são liberadas através de um ducto chamado ducto pancreático (que conduz o suco pancreático) que se une com outro ducto chamado ducto colédoco (que transporta a bile) em uma estrutura chamada ampola hepatopancreática antes de chegar ao duodeno. O ducto colédoco é formado pela junção dos ductos hepático principal e cístico. Enquanto o ducto pancreático transporta as enzimas através do suco pancreático o ducto colédoco transporta a bile, um liquido rico em lipídios produzido pelo fígado a partir de bilirrubina que é armazenado na vesícula biliar. A bile auxilia na digestão das gorduras e de alguns microorganismos (impedindo que o apodrecimento do alimento dentro do intestino delgado), ela se mistura ao suco pancreático na ampola hepatopancreática e essa mistura é liberada no duodeno.
Litíase Biliar
A litíase biliar ou colelitíase são termos que definem a formação de pedras (calcificações) dentro da vesícula biliar, estas pedras se formão (1) quando ocorre grande excressão de colesterol pelo fígado (comum em pessoas obesas e/ou com hipercolesterolemia) que ocasiona um desequilíbro na composição biliar (lipídios muito concentrados) levando a formação de cristais de colesterol monoidratados ou (2) por formação de cálculos compostos de sais de cálcio e bilirrubina. Estes cálculos podem provocar inflamação da vesícula biliar causando dor intensa e/ou obstrução do ducto adjacente a vesícula. Também causam disfunção digestiva pela insuficiente liberação de bile no duodeno.
Pancreatite
As pancreatite agudas normalmente decorrem da ativação de enzimas pancreáticas ainda dentro do pâncreas, a partir da ativação de tripsinogênio em tripsina, inicia-se a transformação de enzimas, antes protegidas em grânulos de zimogênio, em enzimas ativas que passam a agir no interior do pâncreas digerindo-o. Muitas vezes a ativação destas enzimas é ocasionada pelo acumulo delas nos ductos pancreáticos menores quando há obstrução do ducto principal. A ação enzimática no tecido pancreático causam necrose do mesmo, que caracteriza-se como gordurosa pela liberação das enzimas na cavidade peritoneal levando a digestão dos adipócitos e do próprio pâncreas.
Relação entre colelitíase e pancreatite
Como foi dito existe uma comunicação entre o ducto pancreático e o ducto colédoco chamada de ampola hepatopancreática, e é nessa ampola que ocorre a mistura da bile com o suco pancreático. Os cálculos biliares geralmente ficam dentro da vesícula biliar más existem casos em que esses cálculos adentram a rede de ductos causando obstrução dos mesmos, ao adentrar a rede tu ductos os cálculos podem ir parar na ampola hepatopancreática obstruindo tanto a passagem da bile quanto a passagem do suco pancreático causando a retenção do liquido no pâncreas desencadeando a ativação das enzimas o que leva a um quadro de pancreatite aguda severa. O tratamento do problema é a retirada cirúrgica imediata da obstrução para evitar a digestão total do pâncreas, para que o organismo inicie o reparo e remoção do tecido necrosado pelo organismo. A imediata remoção dos cálculos é importante para evitar a morte do paciente ou o desenvolvimento de seqüelas como problemas de hiperglicemia associada a ineficácia da função do órgão após a regressão da doença.
By Thiago Ribeiro
Aterosclerose (em construção)
Conceito
Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica que atinge a parede das artérias, causando obstrução parcial e/ou total da luz do vaso levando á uma diminuição do fluxo sanguíneo na região atingida. A obstrução do vaso se dá pelo desenvolvimento de placas ateromatosas ou ateroma na camada íntima de uma artéria, essas placas se desenvolvem a partir de resposta inflamatória a infiltrados sanguíneos na parede vascular (lipídios).
Principais Complicações
A formação das placas ateromatosas além de obstruir a luz do vaso causam também o enfraquecimento da túnica média e possível formação de aneurisma. Essas placas com importância clínica se desenvolvem principalmente nas artérias coronarianas (podendo causar infarto no miocárdio), nas carótidas internas (o que pode causar acidente vascular encefálico AVE) e na irrigação dos membros inferiores atingem a artéria poplítea (o que leva a um quadro isquêmico que evolui para a formação de ulcerações nas extremidades distais dessa região conhecida como necrose gangrenosa).
Morfologia
As placas ateromatosas variam entre 0,3 a 1,5 cm de tamanho mas podem se fundir formando maças maiores, se desenvolvem com a elevação de um setor da circunferência do vaso e é ricamente constituída de lipídios.
Constituição Histológica
Se observarmos um corte histológico de um ateroma podemos encontrar uma área de necrose central repousando sobre a túnica média da artéria contendo resto de células mortas, uma massa grande de lipídios principalmente colesterol e ésteres de colesterol, células espumosas, fibrina, depósitos de hidróxiapatita formando calcificações e algumas proteínas plasmáticas, esse núcleo necrótico esta subjacente a uma cápsula fibrosa composta principalmente de grande concentrado de matriz extra celular MEC (colágeno, fibrina e proteoglicanos), células musculares lisas CML, linfócitos T, células espumosas e a presença de microcirculação que se desenvolvem nas extremidades da placas (angiogênese).
Fatores de risco
São variados os fatores que podem desencadear a formação de um ateroma, entre muitos podemos citar hipertensão, diabetes mellitus, hipercolesterolemia e o tabagismo. A idade e sexo também são fatores importantes, essas placas acometem principalmente homens e as evidências clínicas da doença surgem geralmente entre os 40 e 60 anos de idade.
By Thiago Ribeiro
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Aterosclerose
Aterosclerose e infarto do miocárdio
Neste vídeo podemos observar a formação de uma placa ateromatosa a partir de lesão endotelial causada por HAS que é um dos fatores de risco importantes para o desenvolvimento da doença. Podemos observar varias etapas da formação da placa, desde-a lesão endotelial; passando pelo acumulo de componentes sanguíneos na parede do vaso; recrutamento de leucócitos e diapedese; migração dos leucócitos para o local e a fagocitose das partículas de colesterol depositadas na intima do vaso e posteriormente, macrófagos (monócitos que migraram da corrente sanguínea) se transformando em células espumosas que se proliferam na parede do vaso causando necrose e calcificações; migração de CML da media subjacente a placa ateromatosa para junto da parede endotelial do vaso onde essas células se acumulam junto com a MEC (colágeno, elastina e proteoglicanos) formando uma cápsula fibrosa; elevação da parede do vaso diminuindo a luz do mesmo com a progressão do mecanismo e finalmente a obstrução do vaso levando a um quadro de isquêmia e subseqüente infarto do miocárdio.
By Thiago Ribeiro.
Referencias
Robbins Stanley L.; Cotran Ramzi S.; Patologia: bases patológicas das doenças; tradução da 7° edição; Rio de Janeiro; Elsevier; 2005
vídeo extraido do YOUTUBE
Calcificações Patológicas
Calcificações Distróficas e Matastáticas
Alguns tecidos do nosso corpo são necessariamente mineralizados com deposição normal de cálcio como os tecidos dos ossos e dos dentes, no entanto algumas deposições patológicas acontecem em outros órgãos em algumas situações provocadas por um problema sistêmico ou local.
Quase 99% do cálcio presente no nosso corpo esta localizado no tecido ósseo e nos dentes o restante fica armazenado nas mitocôndrias, no sarcoplasma das células musculares e uma pequena quantidade fica circulando no sangue o que é chamado de calcemia. O cálcio circulante na corrente sanguínea não se deposita nas células por que nossas células se protegem dessa deposição não deixando assim formar calcificações em locais indesejados. O excesso de cálcio do corpo é eliminado nas fezes e na urina para que haja uma homeostase do cálcio.
Existe deposição de cálcio em células sadias chamadas deposições matastáticas e em células lesionadas nas chamadas deposições distróficas.
Calcificações Distróficas
Como foi dito anteriormente as células do nosso corpo conseguem se proteger da presença de cálcio impedindo a calcificação, porem em casos que há lesão, e perda da homeostase celular essa autoproteção fica afetada formando assim acúmulos de cálcio em tecidos lesionados. O processo de calcificação distrófica ocorre em duas etapas, a primeira é intracelular na mitocôndria da célula morta ou lesionada onde ocorre a acomodação dos hexágonos de hidróxiapatita tumeificando a mitocôndria, e a segunda fase extra celular ocorre em estruturas chamadas vesículas de matriz formadas a partir de células degeneradas onde fosfolipidios ácidos agem como captadores de cálcio precipitando o acumulo dos hexágonos de hidróxiapatita formando assim as calcificações distróficas.
Esses acúmulos são comumentes encontrados na parede dos vasos esclerosados nas áreas de necroses antigas e não reabsorvidas, como na linfadenite caseosa da tuberculose nos infartos antigos ao redor de parasitos e larvas mortas, na necrose enzimática gordurosa da pancreatite, nos abscessos crônicos de difícil solução e em trombo venoso crônicos etc.
Calcificações Matastáticas
São calcificações disseminadas causadas por hipercalcemia. A hipercalcemia pode ser causada por intoxicação por vitamina D, aumento do metabolismo ósseo ou hiperparatireoidismo. A alta concentração de cálcio no sangue facilita a preposição de cálcio nas células formando calcificação e o hiperparatireoidismo é o principal responsável pela hipercalcemia.
A glândula paratireoide é um órgão do sistema endócrino responsável pela manutenção dos níveis normais de cálcio no sangue ela se localiza atrás da glândula tiróide e libera um hormônio chamado paratormonio ou PTH na corrente sanguínea que eleva a atividade metabólica óssea retirando cálcio dos ossos e jogando na corrente sanguínea.
Existem dois tipos de hiperparatireoidismo um primário causado pelo aumento da atividade da glândula paratireoide por hiperplasia ou Neoplasia e outro secundário causado por problemas renais.
Quando a atividade renal está diminuída ocorre um acumulo de fósforo na corrente sanguínea este acumulo diminui a síntese de vitamina D. A absorção de cálcio pelo TGI é dependente da vitamina D e sua falta causa queda nos níveis de absorção de cálcio fazendo com que a paratireoide libere grande quantidade de PTH elevando o metabolismo ósseo levando a hipercalcemia, em deficiências renais crônicas essa calcemia torna-se constante aumentando a precipitação do cálcio nos tecidos.
by Thiago Ribeiro
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Adaptação Celular
Hipertrofia Muscular
Hipertrofia é um termo utilizado para definir um processo de resposta que é dado por algumas células a um estimulo. Nesta resposta as células aumentam o seu tamanho e em conseqüência aumentam também a massa do tecido. Porém a quantidade de células do tecido continua preservada sendo alterado apenas seu tamanho. Células que não tem a capacidade de se dividir por mitose como as células musculares estriadas ao serem submetidas a condições de estresse, aumentam o seu tamanho para não sofrerem nenhuma conseqüência nociva. O aumento de seu tamanho não se da por edema ou tumerfação e sim pela maior produção dos seus componentes intracelulares como as proteínas que constituem suas fibras.
A hipertrofia celular pode ser desencadeada por esforço repetitivo ou por alterações hormonais, más vale ressaltar que em alguns locais do corpo a hipertrofia pode causas danos a saúde das pessoas.
Os atletas e halterofilistas buscam aumentar o tamanho de seus músculos para melhorar sua performance seja funcional ou estética onde esse aumento se dá pela hipertrofia das células musculares, que ocorre por um processo fisiológico em que o estresse gerado pelo esforço repetitivo causa micro-lesões nas chamadas miofribrilas musculares e o nosso organismo trata de recuperar essas micro-lesões produzindo maior quantidade de proteínas para essas miofribrilas reforçando-as e aumentando o tamanho das fibras musculares, o que é saudável desde que obedecidos algumas recomendações, adaptando as células a essas condições de esforço repetitivo.
Por outro lado existem situações em que a hipertrofia não é bem recebida pelo organismo como é o caso da hipertrofia das células cardíacas que ao contrario do aumento muscular buscado pelos atletas, a hipertrofia do miocárdio o músculo do coração é uma resposta gerada por mecanismos patológicos. Pessoas com hipertensão arterial sistêmica (HAS) sofrem este processo que agrava ainda mais sua situação.
A HAS é causada pelo aumento da resistência do sangue nas artérias e esse mecanismo faz com que o coração aumente seu trabalho para suprir a demanda de sangue do corpo, como o coração também é um músculo esse esforço aumentado fará com que os miócitos hipertrofiem diminuindo o tamanho das camaras cardíacas (principalmente ventrículo esquerdo) e conseqüentemente diminuindo valores como debito sistólico e volume diastólico final tornando o coração cada vez mais inutilizado como bomba pois não dará o aporte de sangue necessário para o corpo.
Aspecto hipertrofiado do miocárdio causado por HAS, repare como o tamanho das camaras cardíacas, principalmente do ventrículo esquerdo está diminuída, neste caso a quantidade de sangue bombeado por este coração era insuficiente para a demanda do corpo.
A HAS é uma doença grave principalmente se acompanhada de outras patologias como hiperglicemia ou quando há autos níveis de colesterol no sangue etc. Como foi dito anteriormente a HAS causa hipertrofia das células cardíacas que resulta na diminuição da quantidade de sangue bombeado pelo coração como conseqüência desta diminuição é gerado um esforço ainda maior das células cardíacas e um maior aumento do seu músculo e assim, até o coração se tornar incompetente como bomba levando a morte do paciente hipertenso.
Vimos a hipertrofia como um padrão de adaptação celular e como também a mudança de local onde ela ocorre pode variar de saudável à patológico. A diferença é que essa adaptação entre as células musculares cardíacas é causada por um estado patológico (HAS) ao contrario da hipertrofia gerada pelo esforço dos atletas.
By Thiago Ribeiro
Referencias
Guyton, A.C.; Hall, J.E. Tratado de Fisiologia Medica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2006.
Robbins Stanley L.; Cotran Ramzi S.; Patologia: bases patológicas das doenças; tradução da 7° edição; Rio de Janeiro; Elsevier; 2005.
Mecanismos de Morte Celular
Dano a homeostase celular
Podemos observar uma grande complexidade nas causas das lesões em nossas células, más o que pode ser analisado é que existem princípios que são relevantemente comuns na maioria desses processos de lesão celular. Um estimulo nocivo a homeostase celular poderá causar lesão nesta célula, ou pelo contrario a célula pode vir a se adaptar a esse estimulo, o que vai definir a resposta que a célula irá dar a esses estimulo, seja uma adaptação ou mesmo um padrão patológico, é o tipo, intensidade e duração desse estimulo.
Uma condição isquêmica de curta duração ou baixos níveis de uma determinada toxina podem causar danos reversíveis onde, quando esses estimulo é retirado, ocorrerá uma recuperação sem grandes danos, más por outro lado grandes quantidades da mesma toxina ou uma isquêmia prolongada conseqüentemente levará a danos irreversíveis que levaram a morte celular.
Outros fatores a serem observados são: O estado nutricional da célula bem como o tipo de célula, ou seja dependendo do estado em que essa célula se encontra no momento do estimulo ela possa estar mais preparada para suportar tais estímulos e também vale ressaltar que algumas células irão dar respostas diferentes como por exemplo as células musculares da perna que em condições isquêmicas pode entrar em repouso absoluto em quanto as células musculares cardíacas morrem em alguns minutos.
A lesão da célula é o resultado de anormalidades funcionais e bioquímicas em seus componentes e para que haja uma perda significante da homeostase celular essas anormalidades devem se concentrar em alguns alvos como: A respiração anaeróbia envolvendo a fosforilação oxidativa mitocôndrial e a produção de ATP, a integridade da membrana celular da qual depende o controle iônico e osmótico da célula e suas organelas, a sistese protéica, o citoesqueleto e a integridade do componente genético da célula
By Thiago Ribeiro.
referencia.
Robbins Stanley L.; Cotran Ramzi S.; Patologia: bases patológicas das doenças; tradução da 7° edição; Rio de Janeiro; Elsevier; 2005
terça-feira, 18 de agosto de 2009
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